Na Trincheira do GTM: A Solução Definitiva para o Erro "gtag is not a function

Se você trabalha com Google Tag Manager (GTM) e implementações de rastreamento personalizadas, provavelmente já se deparou com um erro que parece simples, mas que esconde uma complexidade surpreendente: Uncaught TypeError: gtag is not a function

10/23/20254 min read

Se você trabalha com Google Tag Manager (GTM) e implementações de rastreamento personalizadas, provavelmente já se deparou com um erro que parece simples, mas que esconde uma complexidade surpreendente: Uncaught TypeError: gtag is not a function.

Você está no modo de visualização, seu código parece perfeito, a lógica está correta, mas o console do navegador insiste em dizer que a função gtag() — o pilar da sua tag de evento do GA4 — simplesmente não existe.

Recentemente, passei por uma jornada de debugging intensa com um usuário exatamente neste cenário. Tentamos todas as soluções padrão, mas o erro persistia. A solução final foi inesperada e revelou uma verdade fundamental sobre como o GTM interage com scripts assíncronos. Este artigo detalha essa jornada e apresenta a solução definitiva.

O Cenário do Problema

O objetivo era simples: capturar o envio de um formulário e enviar um evento generate_lead para o Google Analytics 4 usando uma tag de HTML Personalizado no GTM. O código era direto:

JavaScript

// ... código para capturar os dados do formulário ... // Chamada direta para a função gtag gtag('event', 'generate_lead', { form_id: 'contato_principal', ...outros_parametros });

Ao testar, o erro aparecia. Nossa primeira suspeita foi uma "condição de corrida" (race condition): nosso script de formulário estava sendo executado antes que a tag principal do GA4 tivesse a chance de carregar e definir a função gtag().

As Tentativas Padrão (e Por Que Elas Falharam)

Seguimos o manual de boas práticas do GTM para resolver condições de corrida.

  1. Sequenciamento de Tags: A primeira tentativa foi configurar a tag de HTML Personalizado para ser disparada após a tag de Configuração do GA4. Na teoria, isso deveria garantir que o GA4 carregasse primeiro. Por que falhou? A tag de configuração do GTM cumpre sua missão ao injetar o script <script async src=".../gtag/js?..."></script> na página. Ela não espera que esse script, marcado como async, seja totalmente baixado e executado pelo navegador. A corrida continuava.

  2. Mudar o Acionador para "Janela Carregada": A segunda tentativa foi alterar o acionador da nossa tag para "Janela Carregada" (Window Loaded). Este é o último evento no ciclo de vida de uma página, dando o máximo de tempo para scripts assíncronos carregarem. Por que falhou? Embora melhore as chances, ainda não é uma garantia. Em redes rápidas ou com páginas leves, nosso script ainda poderia, teoricamente, executar antes do gtag.js. O erro persistiu.

A Descoberta: A Solução que Veio de Fora da Caixa

Frustrados com as abordagens padrão, a solução veio de uma mudança radical na forma como o GA4 foi instalado. Em vez de usar a tag nativa do GTM "Google Tag", a solução foi:

Instalar o GA4 usando uma tag de HTML Personalizado, colando o snippet de instalação completo fornecido pela interface do Google Analytics.

E, como mágica, o erro desapareceu. Mas não era mágica; era tecnologia.

A Explicação Técnica: A Fila de Comandos gtag()

A razão pela qual essa abordagem funciona está escondida no script completo de instalação do GA4. Ele é composto por duas partes:

Parte 1: O Carregador Assíncrono

(Esta é a única parte que a tag nativa do GTM injeta)

HTML

<script async src="https://www.googletagmanager.com/gtag/js?id=G-XXXXXXXXXX"></script>

Parte 2: O "Stub" da Função (A Chave de Tudo)

HTML

<script> window.dataLayer = window.dataLayer || []; function gtag(){dataLayer.push(arguments);} gtag('js', new Date()); gtag('config', 'G-XXXXXXXXXX'); </script>

A linha function gtag(){dataLayer.push(arguments);} é o segredo. Ela cria, de forma imediata e síncrona, uma função gtag() temporária. Essa função não envia dados. Ela atua como uma fila: simplesmente pega todos os comandos que recebe e os empurra para o dataLayer.

Quando o script gtag.js real finalmente carrega (da Parte 1), ele é inteligente o suficiente para processar todos os comandos que foram enfileirados no dataLayer.

Ao usar o snippet completo, garantimos que uma função gtag() existisse desde o primeiro momento, eliminando completamente a condição de corrida.

A Melhor Prática: Voltando ao "Modo GTM"

Embora a solução acima seja 100% funcional, a prática mais recomendada dentro do ecossistema GTM é desacoplar a coleta de dados do envio. A filosofia é usar o dataLayer como uma camada de comunicação universal.

Se você enfrentar esse problema, aqui está a abordagem mais "nativa" do GTM:

  1. Instale o GA4 usando a tag padrão "Google Tag".

  2. Na sua tag de HTML Personalizado, em vez de chamar gtag(), envie um evento para a camada de dados:

    JavaScript

    // No final do seu script de formulário... window.dataLayer = window.dataLayer || []; window.dataLayer.push({ 'event': 'generate_lead', // Nome do evento para o GTM "ouvir" 'form_id': 'contato_principal', 'outros_dados': '...' });

  3. Crie uma Tag de Evento GA4 no GTM, configurada para ser disparada por um Acionador de Evento Personalizado que "ouve" o evento generate_lead.

Essa abordagem evita completamente a chamada direta à função gtag(), tornando seu container mais robusto, mais fácil de depurar e alinhado com a arquitetura do GTM.

Conclusão

O erro gtag is not a function é mais do que um simples bug; é uma lição sobre como scripts assíncronos e o GTM interagem. As soluções padrão podem falhar porque não consideram a diferença entre a injeção de um script e sua execução.

A solução, seja usando o snippet completo do GA4 ou, idealmente, adotando o dataLayer.push, é garantir que você não esteja tentando chamar uma função que ainda não nasceu. Ao entender o "porquê", você não apenas corrige o erro — você se torna um especialista em GTM mais completo.